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Como os exercícios físicos impactam na nossa saúde mental

Como os exercícios físicos impactam na nossa saúde mental

Como a prática regular de exercícios físicos beneficia a nossa saúde mental.

Por Isabel Sant Anna

Atualizado 27/07/20

Você provavelmente já ouviu falar que manter hábitos saudáveis como a prática de exercícios físicos traz benefícios que vão muito além da perda do peso. O ato de se movimentar regularmente ajuda a tratar e prevenir doenças, em qualquer idade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a prática de exercícios físicos leve ou moderada em 150 minutos por semana. Ou seja, 30 minutos por dia, 5 vezes por semana (e você ainda tem o fim de semana para ficar de boa ✌).

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Fonte: Cella Jane


E quando vamos além do corpo como o stress, ansiedade e até mesmo depressão? Existe alguma relação entre o cuidado com a nossa saúde mental e a prática de esportes e exercícios físicos? Um estudo da Universidade Estadual da Carolina do Norte mostra que a prática de atividades regulares aumenta o estímulo do corpo ao estresse, liberando rapidamente cortisol no sangue, o que ajuda a equilibrar os níveis hormonais. Bom, né?


Pensando em como os exercícios físicos são fundamentais para o bom funcionamento do nosso corpo e mente conversamos com a Nat Fuzaro e a Nati Leão, jornalistas, atletas e nomes por trás do perfil Inspira e Transpira (@inspiraetranspira) que têm como propósito unir e empoderar mulheres por meio do esporte.

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Vocês são mulheres com rotinas de trabalho, casa, família, amigos, ou seja, toda uma agenda para dar conta. Como conseguem conciliar tudo isso com o esporte? E como vocês visualizam os benefícios da relação dessa prática esportiva com o dia a dia?

Esporte é a nossa terapia. Então por mais que a agenda esteja cheia e a rotina corrida, a hora do treino é sagrada. É quando nos permitimos fazer um carinho em nós mesmas, sabe? Percebemos que, quando praticamos atividades físicas, nosso humor, sono e alimentação ficam melhores. Muitas vezes resolvemos conflitos internos transpirando! E os insights são transferidos para outras áreas da vida, como o trabalho, o relacionamento. Ambas vivemos situações no esporte que nos empoderam como seres humanos, e queremos que mais mulheres tenham essa experiência também.

 

Foi difícil começar a tirar “aquele tempinho” para fazer exercícios, começar um novo esporte?

Claro! Todo começo é complicado, né? A gente gasta uma baita energia tentando entender como funciona, encaixar na rotina até virar hábito. Aí vai percebendo as mudanças e se animando, e ajustando de novo até ficar redondo. Não tem fórmula pronta: cada pessoa funciona de um jeito e está vivendo uma fase da vida, a gente tem que tentar encontrar o que funciona na nossa realidade individual. Nós mesmas - Nat Fuzaro e Nati Leão - somos super diferentes, uma treina super cedo, a outra mais tarde; uma é mais disciplinada a outra mais go with the flow; nossos esportes do coração são super diferentes. Somos a prova viva de que não existe receita mágica e tentar se encaixar num modelo que não se aplica à sua vida só gera cobrança excessiva, comparação e faz mais mal que bem. 


A gente entende que saúde mental é um assunto sério e requer uma série de cuidados nossos que vão além do corpo mas também sabemos que praticar esportes é sempre uma recomendação médica para o cuidado com a mente. Para vocês, como funciona isso? Ajuda a trabalhar tópicos como o stress e a ansiedade?

Super! A gente brinca que, quando temos algo nos incomodando internamente, vamos "oxigenar o cérebro" – que é treinar! Quando acaba, estamos mais tranquilas (e normalmente com a resposta que precisávamos). É fato: biologicamente quando você malha o corpo bombeia mais sangue e, consequentemente, faz circular mais oxigênio. Na pandemia, vivemos na pele essa relação entre saúde mental e esporte e entendemos que, para uma pessoa ajudar a outra, primeiro ela tem que estar bem (física e mentalmente). E muitas vezes é o esporte que ajuda a manter a saúde mental, seja gerando um momento de prazer (com a endorfina, a serotonina, a dopamina etc), seja gastando a energia acumulada (que pode virar ansiedade) e até no contato com a natureza no caso dos esportes ao ar livre que amamos (e ficamos longe durante o isolamento). Virou até jargão: inspira, transpira, não pira!

 

E qual foi o propósito maior para vocês criarem o Inspira e Transpira?

Nosso propósito é empoderar mulheres por meio do esporte. Queremos que mais manas sintam que podem o que quiserem, que confiem em si mesmas, que ousem fazer coisas que nunca sonharam, ocupar espaços... Nossa ideia é criar conteúdo para informar o que acreditamos e vivemos na pele, e fazer encontros para trocarmos ideias, treinarmos juntas. Queremos somar e nos unir de verdade.


Uma última pergunta: Nessa quarentena, quem tinha uma prática muito ligada ao ar livre precisou se adaptar e mudar até mesmo o tipo de exercício que fazia. Isso aconteceu com vocês? Qual é a maior lição que vocês têm tirado desse momento?

Aconteceu demais! A Nati Leão é surfista e ficou quatro meses sem ver o mar, imagina? E a Nat Fuzaro é triatleta, teve que pedalar indoor e até agora ainda não nadou. Vimos o nosso condicionamento ir pelo ralo, a motivação escapar pelas mãos. Somos humanas, né? Claro que também passamos um tempo jogadas no sofá, abraçadas a uma garrafa de vinho. Mas, se podemos ver um lado bom na pandemia, pra gente foi ressignificar nossa relação com o esporte. Hoje damos ainda mais valor a cada minuto na natureza, entendemos a sensação que cada modalidade gera em nós. E isso é lindo! O surfe é conexão, a corrida é respiro, por exemplo. Além disso, descobrimos novos jeitos de mexer o corpo: a Leão transformou a funcional em uma gincana com a enteada, a Fuzaro virou yogini. A resiliência do esporte também mora no ato de adaptar a vida às possibilidades do momento. ;)

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